Enamorei-me por suas estórias, contadas de geração em geração, por suas lendas e também pela história da riqueza dos Jesuítas, cujo tesouro teria sido enterrado, sabe-se lá onde, nos Peraus da Serra Catarinense, talvez na Pedra Furada, talvez nos Cânions, onde?!
São tantas as lendas contadas de geração em geração!
Atraíram-me duas lendas em particular: a do Tesouro dos Jesuítas e a do Gritador, um escravo que teria sido morto para não revelar o local de um tesouro escondido por ordem do seu Senhor. Seria o grito de sua alma penada que ecoaria nos confins dos cânions, em noites de tempestade, aterrorizando a mente do serrano?
Todas essas lendas estão relacionadas com as regiões que hoje se chamam Urubici e Bom Jardim da Serra.
Fascinaram-me essas estórias e sonhei fazer um filme sobre elas, um filme que rodasse à volta do tesouro e de sua maldição. Um filme, situado em 1850, que nos descrevesse um homem típico serrano que teria encontrado o tesouro dos Jesuítas, mas que por isso mesmo passou a carregar maldição. Em razão do sofrimento causado por esta maldição, ele se torna uma pessoa agressiva e infeliz.
No filme, a unir as duas lendas temos uma estória de amor com os exasperos da paixão e lirismo típicos da época, levando ao excêntrico e talvez ao suspense macabro. A proposta do filme é mexer com o espectador, dar-lhe a conhecer alguns segredos e mistérios dos cânions do planalto serrano e transportá-lo ao séc. XIX com toda a sua gama de diferenciações sociais, lembrando o espectador que nesse tempo também se morria de amor. Afinal era a Era do Romantismo.
Por Maria Helena Noronha (idealizadora do filme).
Para mais informações acesse o site do filme AQUI.